terça-feira, 31 de maio de 2016

A comunicação mexe e remexe

O Diário de Noticias dá hoje conta de que Nuno Saraiva será o novo rosto da comunicação do Sporting. Tratando-se de um quadro da sua empresa dou crédito à noticia, apesar de esta não ter ainda confirmação oficial.

Nuno Saraiva é um jornalista experimentado, com mais de vinte anos de carreira, com passagens pela Renascença, TSF, Sábado, Expresso e Diário de Noticias, onde trabalhava. Além da experiência profissional acumula essa enorme qualidade de ser Sportinguista. Segundo o jornal, trata-se de uma escolha do próprio Bruno de Carvalho, que o terá convidado para coordenar toda a área de comunicação, no âmbito de uma reestruturação que está em marcha. As suas funções compreenderão quer a área institucional , quer a do futebol, podendo, no entanto, ser contratado um assessor com funções especificas nesta área e já com participação na decisão por parte de Nuno Saraiva. 

Trata-se de mais uma mexida nesta área tão importante como é a da comunicação institucional. A dúvida que fica é que alterações práticas daqui resultarão. O facto de Nuno Saraiva ser jornalista e não da área de comunicação empresarial acaba por ser uma questão de somenos, tal como a da dança  cadeiras e a infindável procissão de nomes para os lugares. 

O problema na comunicação do Sporting não têm sido os nomes, mas sim os procedimentos. Na minha opinião, como várias vezes aqui referi, este tem sido dos aspectos menos felizes na actuação de Bruno de Carvalho. Embora admita tratar-se de mera opinião pessoal, creio que os resultados falam por si e, neste campo, não nos são favoráveis. O Sporting não tem que ser um clube simpático ou passivo, mas também não tem que dar de si uma ideia histriónica ou até boçal.   

O apego de Bruno de Carvalho ao Facebook como ferramenta de comunicação foi, especialmente no ano transacto, um eucalipto que secou tudo à sua volta. Sendo a figura principal do clube tudo o que diz e faz é comunicação, sobrepondo-se às melhores práticas e intenções de qualquer profissional,  por mais consagrado que este seja. Se o procedimento for para manter, todas as mexidas e remexidas na comunicação serão completamente inúteis.

Ao Nuno Saraiva desejo a melhor das fortunas na sua actividade.

domingo, 29 de maio de 2016

Conquistando troféus nunca antes alcançados

A equipa feminina de Atletismo conquistou hoje a Taça dos Clubes Campeões Europeus de Atletismo que se disputou em Mersin, na Turquia, durante este fim-de-semana. Conquistando 133 pontos, a nossa equipa deixou o adversário mais próximo a 17 pontos de distância, o que diz bem o que foi a sua prestação.

Um título que nos enche de satisfação e orgulho, mais ainda por se tratar de um efeito inédito entre equipas portuguesas. A todos os envolvidos (atletas, técnicos e dirigentes) um sentido agradecimento por mais este feito pioneiro.

*A foto foi retirada do site do jornal Record

A 3ª LC para Cristiano Ronaldo

No momento em que conquista a 3ª / 11ª liga dos campeões do seu palmarés, Cristiano Ronaldo e o Real Madrid são hoje o centro das atenções. Daí, os nossos mais sinceros parabéns.

Uma final da LC onde participam dois emblemas do mesmo país não é o jogo de futebol mais apetecido do mundo, pelo menos para mim. Curiosamente, foi no confronto com emblemas do mesmo país que Ronaldo conquistou os 3 troféus máximos do futebol Europeu de clubes.
Num jogo em que o Atlético demonstrou (uma vez mais ao longo da época) jogar melhor futebol relativamente ao Real, a insossa final que já o era antes de ter começado mais insípida se tornou quando se percebeu que o vencedor ver-se-ia achado somente pela marcação de grandes penalidades. O termo "lotaria" faz sentido porque penalties são de facto negação de mérito. Não só não engrandecem os vencedores como penalizam os "derrotados", singularizando-os. No caso, Juanfran. O valenciano sentir-se-á neste momento completamente abatido não por ter perdido o jogo e o troféu mas por ter falhado o único penalty da sua série. É assim tão estúpido este método de desempate.

Em todo o caso, glória aos vencedores e honra aos vencidos (que sem menosprezo para ninguém são neste caso os melhores). Parabéns ao Real e parabéns a Cristiano Ronaldo, não por se tratar dum indivíduo português ou por ter jogado no Sporting mas por se tratar dum bom futebolista, formidável atleta e de alguém com uma capacidade de trabalho invulgar. Nesse sentido um verdadeiro exemplo para todos quanto desejem praticar desporto ou jogar futebol (seja lá a que nível for). Numa lista de honras repleta de glórias (e recordes) individuais mas muito poucos títulos colectivos, 3 ligas dos campeões fazem-lhe devida justiça.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Honestidade e humildade dão muito trabalho.

Ao contrário do que a maioria dos sportinguistas pensava, ficámos anteontem a saber que as equipas dos escalões de formação bem como a equipa feminina de basquetebol que desde 2012/13 ostentaram o símbolo do clube, em camisolas e equipamentos fornecidos pelo clube, como parte de um projecto financeiramente suportado pelo clube, nunca, jamais em tempo algum representaram o clube.
Só desta forma se explica o título em comunicado "Basquetebol está de regresso ao Sporting - modalidade volta ao clube a partir da próxima época", pondo fim a 21 anos de interregno faltou acrescentar.

Esta excelente notícia significa não só o regresso desde que foi extinta em 1995 de uma modalidade muito querida ao Sporting, mas também que as últimas 4 temporadas de basquetebol no clube nunca existiram. Os jogos não se disputaram. As equipas nunca competiram. Foi tudo imaginado.
Podemos olhar para isto como uma (mais uma) habilidade ou fintinha parola de quem num formato demagógico pretende vender gato por lebre. Todavia, pior do que demagogia e deficiente comunicação, esta acção tal como nos foi apresentada intenta de forma explícita repelir desportistas - jovens e mulheres - dos lugares que por gosto, vontade e mérito ocupam no seio do Sporting Clube de Portugal. Acção profundamente abjecta e imoral. Tornando-se desnecessário lembrar o fenómeno que viu a equipa do Sporting ascender de forma quase meteórica da 2ª divisão nacional à principal liga feminina de basquetebol, recompensando a qualidade, o esforço e a dedicação de diferentes jogadoras bem como o despreendimento dos responsáveis ou colaboradores que materializaram um projecto em benefício do Sporting, esse percurso é para este efeito pouco relevante. Poderiam até ter permanecido 4 temporadas no último escalão. Poderiam ter perdido todos os jogos disputados. Poderiam ser todas muito boas ou todas muito más. Nenhum aspecto do seu perfil, qualquer que fosse, justificaria desprezar os seus contributos como se não tivessem existido. Nenhum aspecto do seu percurso, qualquer que fosse, justificaria usar os seus resultados e classificações como desprezível motivação para deixar cair um grupo de atletas do Sporting.

Quando Vicente Moura afirma que a equipa feminina de basquete "nem conseguiu atingir um lugar nos oito primeiros" e que "esta classificação não honra a história e dimensão do Sporting", está simultâneamente a desrespeitar as atletas e a mentir desvirtuando os resultados por elas alcançados no conjunto das 4 temporadas. Procurando deliberadamente humilhá-las, procura humilhar quem em virtude do estatuto de atleta deu ao clube muito mais do que o próprio (Vicente Moura) alguma vez dará. Com as suas afirmações, Vicente Moura além duma medonha pobreza de espírito revela na sua fraca essência perfeita dessintonia com os valores e os atributos que o Sporting historicamente cultiva na sua relação com o desporto nacional.

Por último, concordemos ou não com o que é decidido, ninguém negará aos dirigentes do Sporting (ainda que palermas) legitimidade para decidir. Mas se ninguém negará o carácter legítimo da decisão, têm esses dirigentes o dever formal e a obrigação moral de assumir as decisões que tomam. Vimos com Marco Silva ou André Carrillo (dois entre mais exemplos) como os dirigentes do Sporting não são disso capazes. Vemos hoje como os recursos à mentira, calúnia e tentativas de humilhação para com técnicos e atletas que de boa fé representaram o Sporting são nos dias que correm percebidos como banais.

Ver nas desonestidade e má índole meras deficiências de "estilo" é falhar estrondosamente na avaliação que fazemos do presidente do Sporting e da equipa de dirigentes que o acompanha.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

RED (vermelho) = relvado verde?

Como é do conhecimento geral, o Sporting decidiu em boa hora proceder à instalação de um novo relvado. A medida era imprescindível, uma vez que o anterior "tapete" não só nunca teve a qualidade mínima exigida, como ainda por cima estava contaminado por uma praga que lhe dava aquele aspecto malhado. Como diria o grande Vasco Santana se cá estivesse "aquilo são problemas de fígado".

O que talvez não seja do conhecimento da maioria dos adeptos é que o Sporting entregou a empreitada justamente à empresa que instalou o primeiro relvado no novo estádio José Alvalade, a RED. A empresa é talvez o nome mais conceituado no meio, sendo de sua responsabilidade projectos muito bem sucedidos como os excelentes relvados dos rivais FCP e SLB.

Ainda deve estar na memória de muitos a discussão sobre a necessidade de resolver com caracter definitivo os crónicos problemas que foram sucedendo com os nossos relvados, ao ponto de, no tempo de Bettencourt, se ter equacionado a possibilidade de instalar um relvado sintético. Na altura, com o sentido de esclarecer as discussões que então foram ocorrendo, nem sempre tendo em conta aspectos estritamente racionais, auscultei as referências de então nesta matéria. 

Do lado da "solução sintético" ouvi o responsável da empresa (LINK) que havia instalado o relvado no Bessa, entretanto removido por força da lei que impede o uso de sintéticos na I Liga. Do lado da "solução natural" o sócio gerente da RED (LINK), entrevista que abaixo será novamente editada. Da conversa resultou uma impressão de vincado profissionalismo nos argumentos, longe dos habituais palpites e "achismos" e muita objectividade. 

Em breve saberemos o resultado da decisão agora tomada. Numa primeira impressão, parece-me que o Sporting escolheu o parceiro certo, embora nunca seja demais lembrar as contingências a que estão sujeitas estas realizações, tais como o tempo (clima) e o facto de estarmos a falar de seres vivos (embora nos esqueçamos com frequência, os vegetais também o são). 

Por outro lado, o sucesso deste novo investimento não se limita ao momento da replacagem (a solução adoptada, creio), ou a sementeira do novo relvado. A sua correcta manutenção é também factor que contribui para o sucesso da operação.

A entrevista deve ser lida tendo em conta as alterações que poderão ter ocorrido de 2010 para cá).

“Alvalade tem as bancadas demasiado inclinadas, o sistema de ventilação é mau, a iluminação escassa. As altas temperaturas do Verão, o tempo excessivo de exposição solar no Topo Norte, o que motiva que o lado Sul chegue a ter uma diferença na ordem dos 10 graus”, são os problemas estruturais comummente apresentados como justificação para que os relvados (6 em sete anos) de Alvalade não terem qualidade. Estas afirmações fazem sentido?

Estas afirmações fazem sentido. Os problemas registados no verão na metade Norte são replicados no inverno na metade Sul, embora com outra natureza, por falta de luz solar. Deve-se no entanto dizer que estes problemas são comuns à maior parte dos estádios modernos, diferindo de caso para caso conforme forem as condições construtivas de cada um e climatéricas de cada local. 

Essas condições impedem em definitivo a colocação e manutenção de um bom relvado ou há procedimentos capazes contornar essas dificuldades?

Há diversos tipos de actuação que podem ser levados a cabo, e que já foram testados noutros estádios. Por exemplo, há baterias de ventoinhas que se colocam ao nível do relvado  para promover o arejamento, e sistemas de iluminação, também ao nível do relvado, para que se faça a foto-síntese e se criem assim condições para o bom crescimento da relva. 

Se o argumentos do calor e da diferente exposição solar são válidos, como é possível que em cidades como Sevilha e Madrid, e em estádios também fechados como o Olímpico e o Barnabéu não existam problemas semelhantes?

Não existem esses problemas noutros locais semelhantes porque foram encontradas as soluções adequadas, e a qualidade da manutenção será diferente. 

A vossa empresa é responsável pelos melhores relvados actualmente em Portugal, como são os casos dos estádios do FCP, SLB e SCB. O estádio do Dragão e de Braga são, do ponto de vista da arquitectura, da localização e do clima, distintos do de Alvalade. Mas o estádio do SLB tem as mesmas condições climáticas. A diferença entre os relvados resultará das diferenças arquitecturais? 

Em primeiro lugar, queria informar que a nossa empresa já não é responsável pelo relvado do Estádio de Braga há bastante tempo, por a Câmara local ter decidido utilizar meios próprios. Em todo o caso, consultam-nos com alguma frequência. Devemos reconhecer que as condições arquitectónicas em Braga e no Dragão são diferentes para melhor, por se tratarem de espaços mais arejados. Quanto ao Estádio da Luz, tem condicionantes semelhantes às de Alvalade, embora o estádio, por ser maior, não seja tão fechado. Em todo o caso, também na Luz medimos diferenças de temperatura assinaláveis, e testemunhamos problemas distintos no relvado conforme o local. Há que cuidar da manutenção tendo em conta esses factores.

Quanto tempo de utilização têm estes relvados de que falamos e dos quais são responsáveis?

O relvado do Dragão foi construído em 2003, e daí para cá já foi mudado total ou parcialmente por mais de uma vez, tendo a última ocorrido no defeso de 2009. As substituições foram efectuadas não por o relvado não estar em boas condições, mas em consequência de eventos que o inutilizaram (concerto e corrida dos campeões). Quanto ao Estádio da Luz, começamos o nosso trabalho no início da época 2009/2010, e no último defeso procedemos à substituição integral do relvado por a superfície do anterior se encontrar bastante irregular. Um relvado natural, uma vez instalado, e sendo bem mantido, tem uma longa duração.

O facto de o clima no Norte do País ser tradicionalmente mais chuvoso, mas, em contrapartida, ter menos horas de sol, é uma vantagem ou inconveniente para o vosso trabalho quando lidam com essas duas realidades distintas?

É naturalmente uma desvantagem nos meses de inverno. Um relvado jogado à chuva sofre maior desgaste, e as temperaturas mais baixas com menos sol desfavorecem a sua recuperação. Nos meses de verão, as temperaturas menos altas poderão ser vantajosas, mas o que acontece é que são suficientemente altas, e com elevado grau de humidade, para provocar o aparecimento de doenças. 

Em Janeiro deste ano, no período de grande invernia, o relvado da Luz apresentava problemas bem evidentes. Mas a sua recuperação acabou por acontecer e quase passou despercebida. Parece-lhe possível realizar trabalho semelhante em Alvalade sem remover o relvado actual?

Não podemos emitir uma opinião definitiva sem proceder a uma inspecção, mas em princípio não deverá haver problemas que impeçam a sua recuperação. O que aconteceu na Luz no início do ano foi a consequência do relvado não ter sido devidamente recuperado durante o defeso, e ainda da natureza do relvado que então existia. Só iniciamos o nosso trabalho em cima do início da época.

Há diferenças entre a aplicação/sementeira de um relvado no Verão ou no Inverno? Quais?  

A diferença essencial que existe é que um relvado durante o Inverno cresce mais devagar, o que significa que no caso da replacagem o desenvolvimento das raízes é mais lento, e no da sementeira acontece o mesmo com o estabelecimento das novas plantas. O mesmo acontece com a sua recuperação pós cada utilização. É ainda necessário notar que a replacagem exige rotinas de manutenção  distintas.

Estas diferenças podem ser controladas por aditivos hormonais ou são meramente ambientais?  

Como se diz atrás, as diferenças são provocadas pelo clima. Importa por isso programar tratamentos que as tenham em conta, e que sejam dirigidos para suplantar as dificuldades de cada momento. 

Há soluções mistas entre sintético e natural, ou as opções são unicamente entre lidar com a natureza e o industrial?  

Não há nenhuma solução mista, com excepção do sistema Desso Grassmaster, que já foi aliás instalado em Alvalade. Trata-se de uma solução em relva natural, com implantação de fibras sintéticas que visam dar maior estabilidade ao relvado. 

Pela vossa experiência o sistema de drenagem do Estádio José de Alvalade é eficaz?

O sistema de drenagem do Estádio de Alvalade foi por nós construído, e ficou totalmente eficaz. Penso que nunca foi mexido, mas desconheço se existem colmatações provocadas pelas diferentes intervenções no relvado. A este respeito, deve-se notar que os problemas de drenagem existem frequentemente na camada superficial do relvado, por falta de manutenção adequada, e não no sistema de drenagem propriamente dito.

A RED esteve ligada ao primeiro relvado do estádio de Alvalade, lembrando-se ainda os Sportinguistas do jogo inaugural, onde se viu muita relva solta. Terá sido na sequência desses acontecimentos que terminou o fim da vossa relação com o clube. Pode dar-nos a vossa versão dos acontecimentos? 

A RED teve a seu cargo a construção do relvado original do Estádio de Alvalade, no verão de 2003. Esse verão foi anormalmente quente, razão pela qual o estabelecimento do relvado não ocorreu no espaço de tempo previsto. Por outro lado, o Clube necessitou de o utilizar antes de estar pronto, por razões de calendário. Gerou-se assim uma situação de conflito, que levou à nossa saída antecipada da obra. O SCP resolveu nessa altura proceder à sua substituição integral por um outro relvado, baseado num sistema de relva natural com implantação de fibras sintéticas, solução esta que, apesar do seu elevado preço, não se revelou duradoura.

A semana passada o especialista Lafayete Machado, dizia à RR que "se o Sporting decidir pelo artificial está a cometer um grave erro… porque o que tem acontecido é que não acertou com as pessoas certas, para ter um relvado de excelência em Alvalade." Quer comentar esta afirmação?

O comentário que nos merece é de concordância, porque é evidente para toda a gente que um relvado sintético nunca é idêntico a um natural. Estamos particularmente à vontade para o afirmar, porque construímos indiferentemente relvados dos dois tipos, ao contrário do que acontece com quem apregoa insistentemente as vantagens dos relvados sintéticos. De resto, a análise do que acontece em todas as 1ªs Ligas Europeias demonstra isso mesmo. A pergunta que faço é: se no Reino Unido vemos relvados naturais impecáveis em Estádios fechados, com condições climatéricas de Inverno muito mais adversas, porque será?

Se o Sporting contactasse a vossa empresa, ou abrisse um concurso para a colocação de um relvado natural, onde o contrato incluísse cláusulas indemnizatórias em caso de insucesso, a RED estaria disposta a apresentar propostas?

Não nos podemos naturalmente pronunciar sobre perguntas hipotéticas, cujo conteúdo carece de ser concretizado. O SCP conhece o trabalho que temos desenvolvido no FCP e no SLB, pelo que daí poderá concluir se tem ou não interesse em conhecer a nossa opinião.

Quando se fala de diferenças de custos entre relvados sintéticos e relvados naturais estamos a falar de quê?

Estamos a falar de um custo de construção que é de 2 ou 3 para 1, dependendo da base que for escolhida. 

Confirma a veracidade dos estudos que indicam que os relvados naturais tendem a proporcionar mais lesões do tipo ligamentares, ocorrendo nos sintéticos mais lesões musculares e meniscais?

Não estou em condições de confirmar, porque nem sou médico desportivo, nem tenho dados estatísticos para isso. Parece-me porém evidente que a maior dureza dos relvados sintéticos não poderá deixar de ser prejudicial para todas as lesões que envolvam desgaste das articulações, tendinites, etc. 

Vivemos uma época de aparente transição. De um lado os que recusam liminarmente os sintéticos, do outro os que apontam o sintético como o futuro, sobretudo pelos inconvenientes trazidos pelos estádios mais recentes. Pode-nos dar a sua perspectiva sobre a matéria?

A perspectiva que tenho é simples: dos pontos de vista ambiental e estético, o relvado natural é bem preferível; do das condições de jogo, idem aspas. Os custos de construção do sintético são maiores, e de manutenção menores. Por outro lado, o relvado sintético admite maiores cargas de utilização, o que é benéfico no caso dos clubes pequenos que não possuem áreas suficientes para treinos, especialmente para a formação.

Concluindo e fazendo jus ao titulo deste artigo acredita que é possível os Sportinguistas verem em Alvalade um relvado muito bom e simultaneamente natural?
Claro que sim!

Regresso do basquetebol: um passo em frente e dois atrás.

O Sporting anunciou ontem  o regresso do basquetebol como modalidade oficial do clube. Num primeiro momento não prestei grande atenção, só tendo lido o titulo da noticia. Na altura pensei estar a ser anunciado algo semelhante ao que já havíamos assistido com o hóquei em patins, com o clube a chamar a si a responsabilidade que é sua, mas havia sido assumida por alguns carolas que, por paixão ao clube e à modalidade, a haviam reerguido da extinção.

O espanto foi grande perante o absurdo da decisão: afinal o clube vai chamar a si apenas alguns dos escalões de formação (até sub-14, não sendo explicado se aproveita os já criados pela Associação) e, sem se comprometer com calendarizações ou objectivos definidos, aponta de forma vaga para a abertura progressiva de novos escalões "até se atingir os escalões competitivos mais elevados". Desta forma é alienado o trabalho empregue na formação dos atletas (masculinos e femininos) que atingiriam agora o escalão sub-16. Um decisão que deveria ser antes de mais explicada aos atletas e pais que confiaram no clube.

Ainda mais inexplicável é a extinção do protocolo com a Associação Basquetebol SCP, cuja equipa feminina sénior havia subido a pulso à principal divisão nacional, onde completou agora o sempre difícil ano de estreia. Quando o mais difícil parecia estar finalmente alcançado e o esforço de todos os envolvidos esperava pelo apoio do clube na consolidação da modalidade, de forma a que esta se mantivesse ao mais alto nível, este cortar abrupto de pernas é pelo menos absurdo. Mais ainda quando se espera que em breve o clube possa fazer uso do tão desejado pavilhão.

Anunciar desta forma o regresso do basquetebol é legitimo, mas que não deixa de encerrar em si uma profunda contradição, com a extinção do escalão que estava em melhores condições de representar o clube. Duvido que tal venha a suceder, mas o clube tem ainda tempo de reconsiderar aquilo que é claro tratar-se de uma má decisão ou pelo menos dar uma explicação cabal do que a sustentou, para que esta possa ser entendida e aceite.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

"O Sporting tem de começar a pensar que hoje os nossos rivais já estão mais fortes que nós"

Da extensa entrevista de Jorge Jesus ao programa do Rui Santos na SIC sobressaiu a referência feita à Academia. Não é exactamente a mesma coisa "um qualquer" ou ser o próprio Jorge Jesus a trazer para cima da actualidade a qualidade do trabalho efectuado na formação. Para lá de Jesus ter do seu lado o conhecimento técnico que todos lhe reconhecem, acumula agora o conhecimento da realidade dos dois clubes, o que lhe reforça a autoridade para se pronunciar.

Um dos factores apontados por Jorge Jesus como razão de aproximação ao sucesso por parte dos rivais foi o maior poder financeiro. Ora isso não é nada de novo, o Sporting sempre lutou com menos meios, o que superava com uma bem montada rede de "scouting" no exterior, equipas técnicas competentes e uma ideia muito clara do que pretendia: mais do que resultados imediatos, o objectivo era formar jogadores para jogar na sua equipa principal. 

Infelizmente isso é algo que parece estar a mudar, com uma notória preocupação centrada cada vez mais no perfil físico dos jogadores, secundarizando a capacidade criativa e técnica. A par disso anos seguidos em constante mudança, registando uma acentuada perda de valor, com o Sporting a ver sair alguns dos seus melhores jogadores e treinadores para clubes competidores directos.

Há duas formas de olhar para o que Jesus disse: a primeira, a tradicional, que é assobiar para o ar e apontar para os frutos do trabalho desenvolvido no passado, ou cingirmo-nos aos resultados pontuais, tentando negar uma evidência cada vez mais factual. A segunda, a óbvia, é aproveitar o que foi dito por Jorge Jesus como ponto de partida para uma profunda reflexão sobre o que está a ser feito na Academia. 

Ainda sobre este tema foi também importante ouvir Jorge Jesus afirmar que Wallyson, Podence, Iuri e Palhinha farão parte dos trabalhos do inicio de época. Certamente que nem todos ficarão no plantel do próximo ano, mas é um passo importante para contarmos com eles no futuro.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Porquê renovar com Jesus?

Em principio acabaram-se os rumores sobre a permanência ou saída de Jorge Jesus do comando da equipa técnica do Sporting. Em principio, porque em futebol, como certamente na vida, o que agora é verdade pode não o ser daqui a pouco. Só por isto a renovação ( e muito do dinheiro que ela implica) já está em parte justificada, uma vez que a instabilidade que gera a possibilidade de uma mudança de treinador, tem efeitos de todo indesejáveis e de forma transversal num clube.

Mas porquê renovar com Jesus, se ele ainda tinha mais dois anos do primeiro contrato parar cumprir, é talvez a principal pergunta que hoje se coloca. Obviamente porque Jesus tem mercado. Isto é, não faltam clubes que o queiram. Ao aumentar-lhe o ordenado o Sporting não elimina a possibilidade de algum nababo depositar um TIR de notas à entrada da SAD e levar o treinador. Mas para isso tem de contar com a vontade do treinador.

Ora, parece claro que Jesus não quer partir de imediato para uma reforma dourada e que ir para o estrangeiro só o atrairia caso pudesse somar ao muito dinheiro que certamente auferiria, o prestigio de lutar pelos principais troféus que um treinador pode ambicionar: vencer uma das duas melhores ligas nacionais e a Liga dos Campeões. A ideia de ser treinador num país onde o futebol não é vivido com a paixão que é sabido JJ lhe dedica não o alicia e parece óbvio que nenhum dos grandes clubes o requisitou.

Também não me parece que Jesus quisesse passar por mais um divórcio traumático como o que viveu (e viverá por mais algum tempo...) no final da época passada e toda a que agora finda. Ninguém terá dúvidas que seria o que aconteceria caso o treinador aceitasse a proposta do FCP. Mas também não tenho dúvidas de que Jorge Jesus não teria problemas em assumir essa ruptura, apesar das consequências. Aumentar-lhe o ordenado dilui parcialmente esse impulso e, ao aceitar ficar mais um ano, o treinador assume duas coisas: (a) que sente que não completou o ciclo que sonhou realizar no clube e (b) que acredita que o êxito no Sporting lhe é possível, apesar de saber que, no que diz respeito aos meios (estrutura, dinheiro, poder e influência), parte atrás dos dois rivais.

Pode-se gostar muito ou pouco de Jorge Jesus, mas é hoje claro que a sua presença no Sporting nivelou por cima a nossa capacidade competitiva. Na época que agora finda significou até ainda mais: o Sporting tornou-se, pelo futebol jogado e pelo tempo que liderou o campeonato, no principal favorito ao título, o que só não aconteceu quase por acaso. Ora isso vale muito dinheiro, podendo considerar-se que a soma que se paga ao treinador é um investimento e não mera despesa. Foi isso que Jesus também significou no SLB, embora a ingratidão e o despeito tentem reescrever esse passado.

Claro que se as contas se reduzirem a duas parcelas, onde de um lado estão os ordenados pagos e os troféus ganhos, o dinheiro parece mal empregue. Mas isso é ignorar que a qualidade do futebol jogado valorizou também jogadores que podem significar a sustentabilidade a curto/médio prazo das contas da SAD e onde a qualificação directa para a Liga dos Campeões não pode ser ignorada. Da mesma forma há que considerar que a presença de um treinador com as qualidades e ambição de Jesus significou também uma oportunidade de reorganização e modernização do nosso futebol, exigindo da SAD outros meios e outros métodos. A possibilidade de vermos aterrar em Alcochete Sarr's, Tanaka's, Rabia's continua a existir pela contingência que é contratar jogadores, mas dificilmente ocorrerão vários no mesmo ano.

Retrospectivamente é claro que a aposta em Jorge Jesus compensou. Mas ninguém duvide que, ao aceitar de forma tácita as dúvidas existenciais do treinador relativamente ao cumprimento do compromisso que tinha firmado há menos de um ano, abriu a possibilidade de esta questão se voltar a colocar no final de cada época. Parece-me inútil e até ingénuo analisar esta questão sob o prisma ético. Do ponto de vista financeiro a posição do Sporting está agora melhor defendida, uma vez que uma possível rescisão será melhor remunerada. Do ponto de vista desportivo, assegura-se a estabilidade na direcção técnica e com ela a promessa da continuidade no topo.

Mas é apenas uma promessa, uma vez que tudo recomeçará do zero na próxima temporada, daí que esta boa noticia não deve ser encarada com euforia. Basta lembrar o que foi o percurso de JJ no SLB para recordar que, depois do impacto da sua entrada, conquistando o titulo que fugia há vários anos, JJ escorregou três vezes consecutivas perante o FCP de Vilas Boas (1) e Vítor Pereira (2). Nunca é demais lembrar que não corremos sozinhos e se há alguma lição a extrair deste campeonato é que este só está ganho na última jornada.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Época 2015/16: os melhores e os outros

De forma breve e sucinta uma apreciação à prestação individual dos jogadores que compõem o plantel do Sporting. 

Os melhores: Patrício, Coates, Adrien, João Mário, Ruiz e Slimani.

GUARDA-REDES

Rui Patrício: "The one and lonely". Tanto assim foi que Boeck acabou por perceber que o melhor era continuar a carreira noutro lugar. Fez a melhor época de sempre desde que assumiu a titularidade no Sporting, chegando assim finalemente ao patamar que muitos lhe auguravam.

DEFESAS LATERAIS
 
João Pereira: Desaparecido em combate de forma misteriosa, até porque parecia vir a melhorar nos últimos jogos realizados.

Jefferson: Se fosse tão bom a defender como é a fazer cruzamentos seria um dos melhores no seu lugar. Mas a displicência com que defende deixa sempre muitas interrogações sobre a titularidade, agora que ganhou dois concorrentes de peso e altura.

Zeeglaar: Chegou em Dezembro e, sem deslumbrar, deixou sobretudo a interrogação de como será se começar o ano com Jesus. 

Bruno César: acabou o ano como o melhor defesa lateral e, ao nível em que o fez, é o principal candidato ao lugar na próxima época. É mais inteligente que a concorrência, o que o leva a perceber melhor o que a função lhe exige.

Schelotto: É uma aquisição dificil de perceber, se atendermos à dispensa de Miguel Lopes. Porém a sua entrega total tem tudo para o tornar num ídolo das bancadas, o que não disfarça totalmente as suas limitações. Mas os progressos foram evidentes, no que beneficiou da aposta do treinador e consequente tolerância.

DEFESAS CENTRAIS

Tobias Figueiredo: a precisar de jogar, sendo provável que rode no próximo ano.

Ewerton: aquela que parecia ser a época de afirmação no clube tornou-se na época de decepção. De titular passou a central menos utilizado, isto mesmo tendo em conta o longo período de ausência de Naldo e Paulo Oliveira por lesão. Disse-o ainda no estádio, aquela saída no final do jogo e com o prolongamento à vista, no dérby da Taça, ditou-lhe o destino. 

Naldo: Entrada a exibir alguma dificuldade, em particular na manutenção da linha e na definição de quando descer ou ficar em contenção. Superou-se pela concentração, acabando traído por uma lesão prolongada. Permanece a dúvida se ficará.

Paulo Oliveira: Também traído por uma lesão mas a chegada de Coates e a melhoria que se verificou indicam que a sua dedicação e entrega totais podem não chegar para ser titular.

Ruben Semedo: A revelação depois de ser resgatado ao empréstimo. Termina de forma imperial - a sua exibição em Braga foi de uma autoridade segurança soberbas - a confirmar os elogios públicos de JJ e parecer sepultar de vez a ideia de  instabilidade interior a opor-se à sua afirmação.

Coates: Só as lesões o podem afastar da titularidade. O melhor central de longe e um dos melhores do campeonato.

MÉDIOS

William Carvalho: começo tardio, por força da lesão e, dizem algumas más-línguas, instável durante o período de renovação. Talvez também o que mais dificuldades revelou a adaptar-se a um modelo diferente, que lhe retira protagonismo. Terminou em ascensão, veremos que campeonato europeu será capaz de realizar, uma vez que continua a ser um grande jogador e amplamente sinalizado no exterior.

Adrien: A melhor época de sempre, confirmando tudo o que se adivinhava desde a grande época na Académica. Talvez a melhor forma de definir a sua importância, e para lá da confiança total do treinador, seja a diferença que se notou quando não jogou. Para lá disso, um capitão à imagem das melhores referências dos que conhecemos com aquela braçadeira.

João Mário: Grande jogador, grande personalidade. Um regalo para os olhos a inteligência que põe em cada execução. Inteligência que lhe permite jogar em qualquer lugar. Para ser o tal grande jogador que parece mesmo que vai ser falta-lhe apenas melhor indice de eficácia na finalização, ele que até tem um bom remate e aparece muitas vezes em condições de finalizar.

Aquilani: uma decepção confirmar que já passou algures no tempo o zénite. Continua a ter uns pés magnificos que o resto do corpo não acompanham, especialmente quando é necessário um pouco mais de intensidade. Não deve continuar.

AVANÇADOS

Gélson Martins: o menino de Jesus. Entrada surpreendente com algum ocaso com a chegada de Bruno César. Termina a prometer ser importante no próximo ano.

Mané: Gélson ofuscou-o quando parecia ser um dos que mais poderia ganhar com o futebol ofensivo de Jesus. A sofrer dores de crescimento num momento de definição da carreira. Falta saber se será um Djaló um Boa-Morte, este o máximo que me parece ao seu alcance.

Matheus Pereira: O que me surpreende é que, destes primeiros três, era o que parecia ter mais condições de ser protagonista. Atendendo à idade, ter passado ao lado da época não põe em causa o seu potencial, quem sabe não terá vivido um dos momentos mais importantes da sua carreira. É que às vezes mais vale passos seguros em terreno estável que subidas meteóricas sem sustentação. Sob escrutínio atento.

Teo Guttierrez: Sobreviveu ao Natal e ressuscitou pela Páscoa, quando parecia condenado. Não apaga porém a ideia de que não ia à mesma missa que Slimani.

Bryan Ruiz: ficará para sempre ligado à história do campeonato pelos jogos que acabaram por definir a perda definitiva do primeiro lugar e a fuga do título. Tem o seu quê de injusto pelo que deu à equipa e pelo requinte e distinção do seu futebol. Mas é também um pouco a história que se repetiu em muitos momentos da sua carreira e a explicação porque está connosco. 

Slimani: Como já aqui disse, foi talvez o jogador cujos progressos mais me surpreenderam. Acaba a época a pedir e a merecer um outro campeonato. Oxalá encontre um treinador que lhe permita continuar a crescer. A confirmar-se a sua saída, deixará muitas saudades e um enorme problema para resolver.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

A melhor equipa

Estou a ficar velho mas ao contrário do que pensava, não estou mais amargo com a vida. Bem pelo contrário, aprecio-a cada vez mais. Em contrapartida, pelo embaraço em que frequentemente sou colocado, emociono-me com mais frequência, quer com estímulos de sinal negativo, quer por boas razões. Já antes, durante a semana, havia ficado do tamanho de um grão de areia perante a excelente iniciativa do Sporting e da Fundação Sporting, quando o plantel visitou o I.P.O. Ontem dei comigo, no final do jogo, a verter umas lágrimas que teimosamente não responderam à minha ordem de permanecerem no seu lugar de origem.

A tristeza era natural e mais que justificada por ficar tão perto da conquista do campeonato nacional e porém ter falhado. Mas maior ainda era a emoção de sentir a grandeza única do meu clube num momento tão difícil: os adeptos que tinham pintado Braga de verde e branco demonstraram que acreditar é ir até ao fim. E aí, quando o sonho ficou assim mesmo, um sonho, prestaram o tributo que a equipa que tão bem nos representou neste campeonato merecia. Tributo que se repetiu noite dentro em Alvalade, onde não me parece (espero) que se tenha celebrado outra coisa que não apenas o regresso do clube à discussão do titulo.

Definitivamente foi a emoção que me traiu, porque para quem ama um clube assim as razões de tristeza não se sobrepõem ao enorme orgulho de lhe pertencer. Não é fácil ser do Sporting, tudo parece ser sempre um pouco mais difícil para nós. Desta vez foi a mais fina ironia  de não bastar o elevadíssimo  número de pontos que normalmente significariam um campeonato relativamente fácil. Ou as grandes exibições e o elevado número de golos a contrastar com uma defesa que dificilmente se deixava bater. Todos os erros porém parecem custar-nos o dobro que aos demais.

Claro, podia ser de outro clube qualquer, que ganhasse mais vezes. Porém eu teria que ser outro que não eu. Como várias vezes aqui confessei, sou um Sportinguista sem pedigree, não tive ninguém que me fizesse ou ensinasse a gostar do Sporting. Todos os actos que paulatinamente me foram ligando a este clube foram conscientes e voluntários. A primeira vez que fui a Alvalade foi pelo meu próprio pé, sozinho. E assim muitas vezes acorri aos estádios pelo país fora*. Talvez por isso mesmo a minha relação com o clube tem sido à prova de tudo e de todas as provas. 

Deixarei para mais tarde o balanço do campeonato e as respectivas incidências, se ainda o entender oportuno. Mas obviamente que a pergunta que se arrastará ainda por muito tempo na minha cabeça - e certamente de quase toda a gente - é como perdemos este campeonato. A tentação de atribuir essa responsabilidade a alguém ou a um determinado momento é muito grande. Contudo, explicar assim o resultado de uma prova onde a regularidade e consistência de resultados é premiada, parece-me redutor.

As discussões centram-se agora em deliberar qual foi a melhor equipa. Esta não é uma discussão sobre a equipa que mais gosto e por isso a resposta para mim é simples e clara: a melhor equipa foi a que ganhou o campeonato, a do SLB. Mas foi-o "apenas" por isso mesmo, porque cumpriu com sucesso aquele que é o melhor e mais desejado objectivo: ser campeão. Ter jogado o melhor futebol e ter a proposta de jogo mais interessante para os adeptos não é o suficiente para ser melhor.

Ambas as equipas foram terrivelmente regulares na fase final  e ambas oscilaram em momentos diferentes da época. Os resultados dessas oscilações de performance ditaram o vencedor. Não perdemos por causa de um único jogo, de um único falhanço, mas do somatório de todos eles, obviamente.

Melhores são os que ganham. Digo-o hoje porque quero que digam isso de nós quando ganharmos, como espero e acredito que voltará a acontecer em breve.

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*Uma vez que o post descambou para um tom pessoal pouco habitual, vou um pouco mais longe. Hoje tenho a sorte de já não ir sozinho à bola. O pouco que dei até hoje ao clube o Sporting devolveu-me com profunda generosidade nos Sportinguistas que colocou no meu caminho. Não vou nomear nenhum porque, não sendo muitos, corria sempre o risco de me esquecer injustamente de alguém. Em nome de todos fica o meu reconhecimento ao Solar do Norte, pelo ponto de partida para sensação de pertença a grande clube que é feito de Grande Gente.

E, claro, tem sido sempre um prazer contornar a impessoalidade do anonimato das redes sociais para conhecer adeptos com os quais normalmente acabo a concluir que o que nos une - o Sporting Clube de Portugal - é sempre muito mais do que as diferenças de opinião.

Muita competência, pouca virtude e para o ano há mais.

Apesar de ainda disputarmos títulos nalgumas modalidades, ninguém levará a mal que se ordenem um par de reflexões sobre a época de futebol que (para o Sporting) ontem terminou, congratulando e destacando desde logo a enorme competência exibida pela sua equipa ao longo da temporada. Passeando classe por estádios tradicionalmente tão difíceis quanto os da Luz, Dragão ou Braga, o Sporting demonstrou em nº de pontos somados mas também em confronto directo ter sido factualmente a melhor equipa de futebol em 2015/16, mérito integralmente imputável aos seus treinadores (Jorge Jesus e demais equipa técnica) e jogadores (mais ou menos titulares todos decerto contribuidores). Em virtude dos resultados e porque um dos objectivos da competição é premiar um vencedor, os méritos do Sporting vêem-se nesta altura ofuscados pela glória do tri-campeonato conquistado pelo Benfica - rival que importa parabenizar. Ainda assim, méritos que não perdem os seus intrínsecos valor e verdade: o Sporting foi factualmente a melhor equipa de futebol em 2015/16. Em resultado duma evidente superioridade, ao invés da conquista de um 2º lugar o Sporting perde por culpa própria um campeonato que esteve ao seu alcance. Não obstante os tradicionais e inconsequentes não-argumentos que remetem para a arbitragem, evidencia-se uma vez mais a natureza estritamente desportiva daquelas que são as principais causas de sucesso em futebol: treinadores e jogadores. Tudo o mais existe mas para efeitos de futebol é secundário. Tudo o mais pode contribuir ou desajudar mas é secundário.

Tudo o mais como dirigentes. Tal como os treinadores são o principal motor duma equipa de futebol mas vêem a sua influência esgotar-se quase por inteiro no apito inicial, importaria que os dirigentes percebessem que a partir do momento em que as suas escolhas estão feitas (normalmente exercidas na pré-temporada), para o bem e para o mal os principais intervenientes passam a ser outros. Por entre as qualidades de João Mário, Bryan Ruiz, Jorge Jesus, Slimani, Mitroglou, Jonas, Sanches ou Lindelöf, sobressaiu infelizmente a falta de virtude noutros não-intervenientes. 2015/16 demonstrou-nos novamente que o principal problema do futebol português e dos clubes portugueses não são meios (em falta) mas pessoas (em excesso). João Gabriel, Bruno de Carvalho, Pedro Guerra e outros revelaram ao longo da época numa cadência quase diária como os egos de alguns indivíduos atingem severamente os clubes que servem. Não se choque com a proposição porque ainda que um seja presidente e outros outras coisas quaisquer, a matéria de que são feitos é a mesma. De que forma separamos as instituições destas pessoas que supostamente deveriam servi-las? Não separamos. Copiando os piores tiques a que o Benfica nos habituou nos últimos 10 ou mais anos, tanto Sporting como Benfica (embora no seu caso sinta naturalmente menos pena) viram-se arrastados por jogos onde normalmente não se disputa mais do que protagonismo e vaidade. Neste caso, por se tratarem de clubes com muita exposição, as figuras tristes não se ficam por quem as pratica.

Parabéns ao Benfica pelo título. Parabéns ao Sporting por ter sido a melhor equipa. Esgotando-se a influência de um trabalho de 6 anos, podemos com segurança presumir que para o ano só um dos clubes estará em condições de repetir os pontos somados nesta temporada. As perspectivas de sucesso são por isso muito reais.

sábado, 14 de maio de 2016

O Sporting entre o sonho possível e a realidade cruel

Ninguém sabe como vai acabar este campeonato e por isso até se verificar o seu final o sonho de ser campeão é perfeitamente justificado. E quando digo "sonho" não estou a falar de algo impossível de acontecer. O futebol tem-se encarregue de, ao longo dos tempos, dar grandes lições de humildade a quem já corria para a meta, de braços erguidos, a cantar vitória.

Mas usar a palavra em causa justifica-se porque entre a sua realização e o momento actual está a dura e empedernida realidade. Estamos em desvantagem à partida para a última jornada, agravada por dois factos em nosso desfavor: jogamos fora e temos um adversário bem mais difícil de ultrapassar. Para a realidade permitir o sonho precisamos de uma conjunção de vários factores, mas que não se assemelha a um quimérico realinhamento cósmico. 

Termine como termine, não há nenhuma razão de partir em busca de prémios de consolação. Atendendo ao que foi a história do campeonato até aqui, e em particular a nossa, não há qualquer consolação para a possibilidade de não sermos campeões este ano. Muito menos festejar o segundo lugar como se do campeonato se tratasse, como já se vai ouvindo e lendo por aí.

Será obviamente muito difícil de encaixar a possibilidade de não ser campeão e ficar em segundo lugar. Conformar-se e encontrar aí razões para qualquer celebração constituiria uma indesculpável menorização do que deve ser estatuto do Sporting. A tentação de construir uma narrativa onde a desculpa funcione de forma desresponsabilizadora dos nossos próprios erros também pode ser grande, mas esse será a forma de não crescermos e nos tornarmos ainda melhores.

Aconteça o que acontecer não deixarei de sentir orgulho pelo campeonato realizado pela nossa equipa. Não é tanto com gostaria e parecia ser possível, mas só pode haver um campeão. Aceitar esse facto com desportivismo, depois de tudo ter feito para o conseguir, é também uma forma de honrar a nossa camisola, o nosso emblema, a nossa história e o legado de todos quantos nos precederam.O Sporting não acabará amanhã e o futuro é já a seguir.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

O ferrari vermelho, o colete encarnado e o barrete verde

O spin da máquina benfiquista continua a trabalhar bem. Veja-se o caso das nomeações para a última jornada o que foi dito sobre a possibilidade da nomeação do Hugo Miguel e o que se diz agora (hoje, depois de escrito este artigo, já há gosma a escorrer sobre a matéria...). Uma atoarda lançada de forma cândida por quem sabe antecipadamente que o que está a afirmar é mentira, uma vez que ligação do árbitro à Macron não é ao nível de o tornar elegível em caso de prémio.

O mais extraordinário é que não há até agora Fontelas* de onde jorre o mínimo repúdio pelo ignóbil atentado à honorabilidade do árbitro quando se apontou a possibilidade de ele ser parte interessada no titulo do Sporting. A indignação ou falta dela, consoante quem fala, é o melhor indicador para saber de quem é a voz do dono.

O que é lamentável, apesar de não ser surpreendente, é ver que o spin rasteiro foi o suficiente para Vítor Pereira ficar em sentido. É difícil não pensar que o spin e a decisão resultaram de articulação entre as partes, tal a precisão da máquina e o seu resultado. Senão, vejamos: além de colocar um árbitro que nem sequer é internacional (Nuno Almeida) quando o podia fazer, oferece ao auxiliar Pais António o prémio de se poder juntar à possível festa no final do jogo. É que é tão descarada a tendência do "bandeirinha" que o faz ser conhecido no meio como o ferrari vermelho.

A espuma dos dias tem o dom de fazer naufragar algumas memórias, pelo que se justifica trazer outra vez à tona o nome e sobretudo o currícullum de Pais António. Para não ser fastidioso, vou apenas lembrar dois eventos: a mão de Rony em 2006, e o "penalty" marcado a Pedro Silva que mudaria o sentido do jogo e o resultado final daquela que ainda hoje é conhecida como a Taça Lucilio, em 2009. Em ambos os casos um mesmo actor: Pais António. 

Quem se lembra do lance (quem o poderá ter esquecido) certamente que recorda a proeza e inovação que constituiu a marcação do penalty, com indicação do auxiliar que estava a mais de 50 metros do local onde o lance ocorreu, enquanto o seu colega a quem competia ajuizar nada assinalou. E o que dizer das justificações então dadas?


Obviamente que a missão de arbitrar é difícil e muitas vezes ingrata. Mas o que é mais intrigante em tudo isto é como é que um personagem como este (e tantos outros), e depois de erros tão grandes e de tão importantes consequências, consegue escapar entre os pingos da chuva e fazer uma carreira. Lucilio Baptista, por exemplo, depois de uma carreira "auspiciosa" também continua ligado à arbitragem. Em quantas actividades existe este nível de impunidade? Como é que ela é possível numa industria que movimenta milhões?

Infelizmente a isto Vítor Pereira vai respondendo com o barulho ensurdecedor das suas nomeações. E, das poucas vezes que fala, é quase sempre uma oportunidade perdida no sentido de clarificar ou desanuviar. Será essa a marca da sua passagem pela arbitragem, uma profunda decepção que a ausência de árbitros portugueses no próximo europeu é merecido epitáfio. Pode ostentar o barrete verde para dizer que é Sportinguista, mas é de colete encarnado vestido que abandona a arbitragem.


Por certo não lhe faltarão homenagens, como é habitual aqui na Lusa Pátria. Eu dava-lhe o prémio António Garrido porque afinal partilham a mesma dissimulação, só escolheram foi cores diferentes.

* Fontelas Gomes é o actual presidente da APAF e putativo presidente do CA da FPF

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Grunhos tão grandes como os maiores da Europa

Não vou perder tempo a comentar a transferência de Renato Sanches, como não perco normalmente tempo a comentar aqui os assuntos relativos ao SLB. Mas não deixo passar em claro as atitudes que levaram muitos adeptos do Sporting até às redes sociais, em particular aos sítios do Bayern de Munich, contestando a transferência, argumentando contra a veracidade dos números ou a qualidade do jogador. Alguns desses comentários, efectuados em inglês macarrónico, chegaram ao desplante de serem realizados utilizando no perfil o nome e a imagem do presidente do clube, Bruno de Carvalho.
É certo que a histeria que se apossou de grande parte da comunicação social desde o aparecimento do jogador passou os limites do ridículo, chegando a ser nauseante, no que a ilustração acima é um dos abundantes exemplos. Mas isso não valida que a reacção desça ao mesmo nível e até a ultrapasse. Uma coisa é divertirmo-nos à custa da imbecilidade de uns quantos, outra bem diferente é participarmos dela, arrastando também o nome e a imagem do clube à ignomínia.

Quanto mais não fosse, não é demais lembrar que estamos a falar de um miúdo de 18 anos, de origens modestas, cuja responsabilidade no seu endeusamento lhe é certamente alheia, podendo até reverter em seu prejuízo a breve trecho. O melhor mesmo é isto ser feito por uma turba que frequentemente bate com a mão no peito, a arrogar-se o direito de perorar sobre os valores e a grandeza do Sporting Clube de Portugal. A ideia de um clube grande, tão grande como os maiores da Europa não podia estar mais distorcida em muitas cabeças.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

domingo, 8 de maio de 2016

Sporting - Setúbal: sarrdinha miúda comida à manita

Foi tão abismal a diferença entre as equipas e foi tão demolidora a exibição da equipa do Sporting que o titulo resume o que se passou no relvado e permite a economia das palavras. O Sporting tem agora o jogo de Braga para ganhar e confirmar assim a ideia que vem transmitindo de ser a equipa cuja proposta de jogo é não só a mais aliciante como também a mais consistente. 

Das incidências da partida salientava a obra prima desenhada no golo de Ruiz, a destacar do elevado nível alcançado em todos os golos. Nos destaques individuais a grande forma alardeada por Adrien, cada vez mais um jogador que enche o campo e carrega a equipa, um verdadeiro capitão. Aquele amarelo é bem capaz de ter sido por causa disse mesmo, não? 

Para lá de um soberbo Ruiz, destacaria também a prestação de Gélson. A importância do seu golo no desbloquear do resultado é grande e ainda por cima com elevada nota artística. Mas também porque residia sobre os seus ombros a responsabilidade de substituir João Mário, um verdadeiro pilar nesta equipa.

E agora? Agora é continuar a sonhar. O que esta equipa vem fazendo é verdadeiramente notável e é a percentagem de razão que todo sonho necessita para justificar a sua existência.Balanços fazem-se no final.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Meia dúzia de palavras sobre a recente decepção no andebol

Foi sem surpresa mas com grande mágoa que todos assistimos ontem ao soçobrar da equipa de andebol ante o ABC, no apuramento para a final do nacional do respectivo campeonato.  Sem surpresa porque o que se foi vendo deste conjunto ao longo do campeonato não era digno de grande confiança. 

Nos momentos decisivos de várias partidas vimos a equipa ir deslizando, até acabar por ser presa relativamente fácil dos adversários. O seu principal defeito sempre pareceu residir no facto de não confiar nela mesma e, nessas circunstâncias, não ser digna de nela depositarmos as nossas esperanças. A forma recorrente como sofreu pontos em superioridade numérica é algo para lá do aceitável.

Para o imprescindível escrutínio de responsabilidades diria o seguinte sobre os intervenientes directos:

O clube/os dirigentes - O Sporting fez um esforço notável no sentido de ficar à altura do prestigio granjeado no passado nesta modalidade. Aos poucos foi encostando ao principal dominador, o FCP, tendo ficado a segundos de mudar o curso dos registos mais recentes, no ano passado. Este ano esse esforço foi ainda maior, tendo inclusive recrutado um técnico de renome, o basco Zupo Equisoian. 

Não tenho dúvidas da bondade das intenções e provavelmente também subscreveria a contratação de um técnico com a experiência e o palmarés do espanhol. Mas, no balanço que se seguirá, a pergunta se a continuidade do trabalho de Frederico Santos não deveria ter sido melhor ponderada é incontornável. Isto atendendo ao facto, já mencionado, de termos ficado a escassos segundos de sermos campeões (e da forma que se sabe...) e ainda por cima no pavilhão do adversário. 

Ainda no âmbito dessa análise parece-me também pertinente a forma como se tem usado a arbitragem como desculpa sempre que os resultados não são conseguidos. Quando uma equipa começa logo por não se comportar como tal e exibe tantas falhas em momentos decisivos, a questão arbitral deveria ficar para o fim, sob pena de não atacarmos os problemas e, dessa forma, eles se eternizarem.

Por último a questão dos meios. Quando se perde com um adversário com menos meios como é agora o ABC é natural que se justifique a suspeita de que não se trabalhou bem ou falhou em algum momento. Onde, como, quem e quando? Aumentar simplesmente os orçamentos equivalerá, nesse caso, a atirar dinheiro para cima dos problemas. 

O treinador - Tecidas as loas acima ao seu curriculum e experiência há que dizer que do lado treinador algo falhou. Nos vários jogos que vi sempre me impressionou a forma fácil como a equipa era batida, mesmo em superioridade numérica. Ora pode começar aqui a aparente falta de estofo mental que falava acima. 

Uma equipa que defende mal nunca se sente segura, uma vez que sabe que, a qualquer momento, pode sofrer. Um bom exemplo é olhar o que tem sido este ano a equipa de futebol de Jesus que, por força da sua consistência defensiva, está a anos-luz das tremideiras colectivas de anos anteriores. Ao ponto de eu dizer a brincar que com Jesus até com o Polga e o Gladstone arriscávamos a ser campeões.

O que é importante agora avaliar no caso do treinador é se, tratando-se do primeiro ano, se uma melhor adaptação e conhecimento à nossa realidade é suficiente, ou se a possibilidade de melhoria sob sua tutela está completamente esgotada.

Os jogadores - Sobre o que é o basilar - o compromisso e a entrega - não tenho nada a apontar, embora essa seja a queixa mais recorrente entre os adeptos, em qualquer modalidade, sempre que se perde. Isto dito sem pretender afastar liminarmente a necessidade de fazer alguns ajustamentos. Antes de enveredar por qualquer revolução no plantel, parece-me imprescindível avaliar se o crescimento colectivo e individual não é ainda possível  com melhor orientação técnica.

terça-feira, 3 de maio de 2016

A hora das malas no futebol português

Nunca é tarde para exercer boas práticas por isso saúdo aqui o facto de finalmente ter sido Octávio Machado a dar, como se costuma dizer, "o corpo às balas" à barragem (desen)formativa que a muito forte e muito bem montada máquina de propaganda benfiquista tem instalada para distrair a opinião pública de um facto cada vez mais evidente: o seu controlo sobre as instituições que tomam decisões no futebol português.  

Como sempre aqui defendi, não cabe a Bruno de Carvalho desgastar-se no combate a figuras menores dos clubes rivais ou outras. Não só porque os resultados desta acção, da forma como vem sido exercida, são de utilidade e acerto duvidosos, mas porque parecia cada vez mais óbvio que estava a cair na armadilha instalada propositadamente para o expor e desgastar. De tal forma que Luís Filipe Vieira se arriscava cada vez mais de, ao seu lado, parecer um estadista.

Bem sei que há quem entenda precisamente o contrário e que até quem avance com a ideia de que essa actuação, nestes termos, é necessária. E até quem vai mais longe pretendendo que tem influencia a nosso favor, por exemplo, no recente clássico no Dragão. Quem o afirma não percebe o que anda a fazer Jesus e a sua importância na profunda alteração, com melhoria evidente, da nossa performance. Se lhe querem tecer loas (a BdC) estão no seu direito, mas que o façam de forma a que a inteligência - a deles e a nossa - não seja tão insultada. Bastava lembrar que foi Bruno de Carvalho que contratou Jesus, correndo os riscos sabidos, face às circunstâncias.

Convém recordar, a este propósito que o Sporting tem duas agências de comunicação sob contrato, a quem cabe zelar pela boa imagem do clube e da sua figura mais representativa. Se não o fazem ou é porque tal não lhes está a ser permitido ou porque não estão a desempenhar bem a função. Qualquer que seja o caso a sua seria uma despesa que deixa de se justificar. 
Jogo de espelhos
Por falar em máquina de propaganda, aí está bem à mostra, desde o inicio da semana, que há quem não estivesse muito à espera da vitória do Sporting no Dragão. E, certamente, muito menos que esta tivesse acontecido numa exibição de força e autoridade, como aconteceu. É por isso natural que ainda a semana mal tinha começado e já o carvão esteja a quase a esgotar, tal a quantidade que vem sendo metida na fornalha. 

Para os mais desatentos as suspeições lançadas para o ar merecem a nossa atenção. Para quem anda há algum tempo nisto e tem um pouco de memória estas insinuações como a do "jogo da mala" são uma manobra canhestra e até algo indolente. Foram buscar episódios tornados célebres por terem sido práticas próprias, como foi o caso da famosa mala "Luis Vuitton". Pior ainda é virem-se queixar de os adversários serem competitivos e oferecerem resistência, como aconteceu a propósito do jogo com o Vitória. Esta coisa de andar a jogar jogos amigáveis com o Belenenses está a criar maus hábitos...

As nomeações de Vítor Pereira
Já aqui me havia referido ao mau agoiro que representava o anúncio da saída de Vítor Pereira e que convido a (re)lerem aqui (LINK). Bem sei que o quadro de árbitros que nos deixa está ao nível da confiança que os mercados depositam no papel comercial do antigo BES, mas convém disfarçar. 

O Fábio Veríssimo vai até à Madeira e continua sem explicar como pôde passar entre os pingos da chuva de uma arbitragem vergonhosa em Braga, que nos pôs fora da Taça de Portugal. Talvez seja porque reparte com Tiago Martins, que ainda ontem abençoou a passagem do SLB à final da Taça Lucílio, a ascensão meteórica. Com ou sem mala, tudo tem que se pagar nesta vida, não é?...

Horário dos jogos 
A última inovação do futebol português é a ausência de jogos decisivos em simultâneo nas últimas três jornadas. Isto num campeonato infectado pela suspeição. Isto quer dizer que no domingo o SLB jogará na Madeira a saber já o resultado do Sporting. Pode não querer dizer nada mas a informação vale muito, não é?

A Liga, de forma a sacudir a água do capote, já veio lembrar que tal resulta da alteração promovida no ano passado, por decisão dos clubes. Certamente que o fizeram a pensar nas receitas televisivas, pelo menos. É o que dá quando se deixa serem os cifrões a tomar decisões que deviam ser tomadas pelos neurónios. Por curiosidade gostava de saber como votou então o Sporting, que até agora não se pronunciou sobre a matéria quando, em defesa dos seus interesses, já o devia ter feito.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

FC Porto-Sporting: há cereja, há bolo. Só falta o topo.

Se há jogos que nunca deviam acabar o clássico no Dragão era um deles. Foi grande a festa e a exibição do Sporting. Não, não estou a falar da equipa do Sporting, mas do Sporting Clube de Portugal. Adeptos fervorosos e em grande número, a fazerem-se ouvir sobre as vozes dos locais na maioria do tempo e independentemente do curso do jogo. E claro, a equipa, a fazer a exibição mais personalizada e categórica que vi até hoje naquele estádio.

De facto não foi uma exibição qualquer, isto apesar de o Sporting ter, no ano passado, conseguido resultado idêntico, na eliminatória da Taça de Portugal. O Sporting esteve sempre confortável no jogo e por cima do adversário. Ao contrário do que era hábito naquele estádio, nem quando o adversário empata o Sporting abanou, demonstrando confiança e personalidade.

Apenas na segunda parte, quando Peseiro tentou abanar o jogo a seu favor e sobretudo com a entrada de Varela, esta superioridade chegou vacilar. Jesus demorou algum tempo a reagir e a tomar decisões, mas quando fez sair o quase inexistente Teo e colocou no seu lugar Bruno César reequilibra a equipa e acaba por ganhar o jogo com autoridade.

Não foi um jogo espectacular do ponto de vista técnico. A forma como o Sporting encurta o campo potencia o erro nas decisões de passe de ambas as equipas, provocando muitas perdas de bola. Porém, nesse aparente caos, a equipa do Sporting respira tranquilamente, parece saber sempre o que fazer, enquanto o adversário quase sempre se vê obrigado a reagir, ficando naturalmente, por isso, em desvantagem.

É por isso que hoje é quase consensual afirmar que o Sporting tem a melhor equipa do campeonato. Mas não tem os melhores jogadores. É a equipa melhor trabalhada, como o melhor modelo de jogo, o que lhe permite ser quase sempre a mais equilibrada. O somatório das suas acções em campo, o seu comportamento colectivo é que é muito superior. 

Talvez onde isso se nota mais é no comportamento defensivo. Olhando para o quarteto da retaguarda apenas Coates jogaria de caras em qualquer dos outros candidatos ao titulo. No entanto aqueles quatro, como outros quatro noutros jogos do campeonato, sabem permanentemente o que fazer em campo e de forma sempre articulada entre si. 

Bem que Peseiro ainda tentou explorar a profundidade, algo que no início de época ainda carburava mal. Mas Jesus não deixa nada ao acaso e foi visível que a movimentação que Patrício exibe agora é mais adequada à guarda das costas de uma defesa subida. E até Schellotto sabe agora quando tem que vir defender dentro, o que há poucos meses não acontecia. A par disso a equipa parece saber sempre quando recuar ou sair em contenção.

Do ponto de vista individual, se é verdade que João Mário foi a figura de proa, é de uma enorme injustiça esquecer o Capitão Adrien, que fez um jogo absolutamente notável. Além de ser responsável pelos reequilíbrios defensivos da equipa, uma verdadeira formiga atrás da bola, os 93% de passes acertados deram segurança e conforto à equipa. É que este Sporting mandão precisa de ter a bola, não sabe jogar com linhas permanente recuadas, explorando apenas as transições. Igualmente notável a prestação de Slimani, que hoje não tem nada a ver com o jogador que chegou a Alvalade. É talvez o jogador cuja evolução mais me surpreendeu. Por vezes dá a sensação de ter trocado de pés numa operação qualquer.

Quando o jogo terminou cheirava a campeonato. É impossível deixar de acreditar quando tens uma equipa como esta. Jesus dizia que o campeonato seria a cereja no topo do bolo mas a analogia não me parece correcta. É que sem campeonato não há bolo, o que equivaleria a ficar com a cereja na mão. Eu continuo a acreditar que é possível e acho que temos mesmo tudo para sermos campeões. O nosso bolo é o melhor, mas por aqueles acasos do destino pode até nem ser premiado. Só isso.

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